terça-feira, 5 de outubro de 2010

Napoleão: De anão a Sua Majestade Imperial

Retirado do livro “História geral”, de Claudio Vicentino:


No jornal oficial O Monitor, as manchetes diáras refletiam o clima de Paris e do governo Bourbon restaurado, tratando Napoleão em função de sua progressiva aproximação da capital:

O anão da Córsega desembarcou no Golfo de Juan

O tigre chegou a Gap

O monstro dormiu em Grenoble

O tirano atravessou Lyon

O usurpador está a quarenta léguas da capital

Bonaparte avança a passos gigantes, mas não entrará jamais na capital

Napoleão estará amanhã diante de nossas muralhas

O Imperador chegou a Fontainebleau

Sua Majestade Imperial entrou no Palácio das Tulherias, em meio de seus fiéis súditos



Aposto que o PT amaria que a imprensa brasileira fosse do mesmo jeito daquela época.



sábado, 2 de outubro de 2010

TED - Uma Comunidade Virtual para a Inovação e Conhecimento

    Nesta palestra do TED, Chris Anderson defende que a internet está produzindo inovações e espalhando o conhecimento.






    Apesar das besteiras que podemos encontrar na internet - há quatro páginas pornográficas para uma "normal", por exemplo -, não se pode negar seu papel revolucionário. Como Anderson disse, talvez estejamos face à face com uma das maiores revoluções da humanidade. Se a revolução neolítica nos trouxe a civilização, se a industrial nos trouxe a produção em massa, esta "revolução WWW" está nos trazendo informação numa escala nunca vista antes.
    Quem nunca aprendeu algo novo a um clique, e pode expressar sua opinião sem medo dela ser ignorada/rejeitada? O futuro onde todos consomem e produzem informação está a nossa porta, ou melhor, no nosso computador.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Democracia à francesa

A situação de um país onde o próprio presidente, descendente de húngaros,
tem a coragem de chamar a população dos subúrbios de "ralé"

A notícia de que o senado francês proibiu o uso de burcas em público casou certa irritação. Apesar de grande parte do povo francês (e brasileiro) concordar com a lei – sob os argumentos de que a burca serviria como forma de subjugar a mulher, como disse o presidente Sarkozy –, uma minoria condenou-a como forma de reprimir os costumes de um povo.

O país de Victor Hugo, considerado como um das mais fortes tradições democráticas, está encoberto pela mesma sombra que escurece o resto da Europa Ocidental: Partidos de extrema direita estão ganhando cada vez mais votos, a ponto de chegar ao absurdo de vermos políticos considerados neonazistas no Parlamento Europeu.

O próprio Sarkozy se sente fortalecido com o resultado das eleições européias, que deram uma ampla margem à coalização de direita que o sustenta.

Caso a proibição das burcas não pareça ser um problema sério no contexto europeu – a própria Síria as proíbe, aliás –, devemos relembrar de outro caso que passou mais despercebido.

Viviane Reding foi acusada de comparar
a França com a Alemanha Nazista
Recentemente, os ciganos romani foram expulsos da França. Críticas vieram ainda hoje - 15/09 - como facas pela boca de Viviane Reding – comissária européia para a Justiça e Direitos Fundamentais – que disse que os ciganos, como cidadãos europeus, têm o direito de se moverem livremente pela extensão territorial da EU e ainda: “Acreditava que a Europa não seria novamente testemunha deste tipo de situação depois da Segunda Guerra Mundial”, fazendo alusão as explosões racistas de tal período. Sarkozy rebateu a comissária, aconselhando Luxemburgo – Reding é luxemburguesa – a acolher os ciganos, comentário louvado por outros políticos xenófobos. - fonte

Antes disto, no Novo Mundo, o tão difamado Fidel Castro, mostrou possuir mais sabedoria que Sarkozy e criticou o governo francês: “A última (coisa) que se poderia esperar eram as notícias da expulsão dos ciganos franceses, vítimas da crueldade da extrema direita (...), vítimas de outra espécie de holocausto social” - fonte

Caso considere-se que um Estado soberano tenha o direito de exercer meios coercitivos contra minorias, então poderemos definir com certeza absoluta de que a Europa passa uma série crise. Uma crise que desrespeita os ideais democráticos dos quais os franceses tanto se gabam.

Liberté? Égalité? Fraternité?

Na França, você provavelmente não teria direito a isto.

sábado, 4 de setembro de 2010

Nova evidência de que podemos construir fazendas de água no espaço



Anos atrás, astrônomos descobriram que uma estrela distante era envolta por vapor de água. Agora que eles sabem como tal vapor foi criado. Se pudermos fazer água no espaço, teremos vencido mais uma barreira para a colonização do espaço.

De acordo com a CNN:

A estrela IRC+10216
O vapor de água está numa nuvem de poeira ao redor da IRC+10216. Cientistas deduziram que luz ultravioleta penetrou a nuvem de poeira, quebrado moléculas como monóxido de carborno e monóxido de silício, que então soltou átomos de oxigênio.

Estes átomos se uniram a moléculas de hidrogênio, formando água.

“A luz ultravioleta não criou isso – ajudou a formar isso,” [astrônomo Goran] Pilbratt disse a CNN.

Luz ultravioleta seria a única maneira como a água poderia ser produzida em tais condições, disse.

A estrela no meio de tal vapor é chamada de “estrela de carbono”, uma estrela gigante vermelha, a agora cientistas estão escaneando os cosmos na esperança de encontrar estrelas similares.

De acordo com esta notícia, poderia existir a possibilidade de criar fazendas de água, emitindo raios UV em nebulosas, poeira estelar ou outros materiais semelhantes. Se sim, o problema de ter que encontrar ou transportar água poderia finalmente ser esquecido. Água é sempre o maior obstáculo quando o assunto é exploração espacial. A formação de tais fazendas eliminaria tal problema, e daria um impulso para a terraformação de planetas.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Terra e Lua - Duas estrelas vistas de Mercúrio

Clique na foto para vê-la em tamanho maior
      Esta bela foto foi tirada no dia 1º de setembro de 2010 pela espaçonave robótica MESSENGER. A Terra e a Lua aparecem como duas grandes "estrelas" no lado esquerdo da imagem. É muito fascinante saber qual seria  aparência do nosso lar visto de outro planeta. A Lua - um satélite natural comparativamente grande, se comparado com outros do Sist. Solar - ajuda a tornar a foto ainda mais bonita.
      É importante ressaltar que a MESSENGER não estava em Mercúrio, mas numa localização onde a vista seria similar. A espaçonave entrará na órbita de Mercúrio em Março de 2011.

Fontes:
Hypescience - http://hypescience.com/foto-espacial-–-como-a-terra-e-a-lua-sao-vistas-de-mercurio/
Nasa - http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap100901.html

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Alienígenas não serão semelhantes a humanos

The Shadow of the Sun - Alex Ries
Quando se fala sobre a possibilidade de existência de vida alienígena, uma coisa é certa: Eles serão completamente diferentes de nós. Tanto fisicamente quanto psicologicamente. Olhe no seu jardim... Nele você poderá encontrar estruturas vivas que produzem energia através da luz solar; moluscos hermafroditas que derretem ao contato com sal; e artrópodes que vivem em grandes colônias e se comunicam através de feromônios. Você viu seres tão diferentes sem sequer ter saído do seu jardim. Imagine então como seriam os alienígenas.
O problema da mídia é que ela geralmente nos apresenta algo superficial, alienígenas que estão num roteiro apenas para preencher um “buraco”. Criam-se alienígenas medonhos para assustar, alienígenas luminosos para encantar, alienígenas belas para seduzir. Apresenta-se um ser fisicamente antropomorfo ou psicologicamente antropomorfo, e geralmente os dois.
Se existirem, os alienígenas devem ser mais parecidos
com a Grande Raça de Yith, de Lovecraft; do que com os na'vi de James Cameron
A definição de uma civilização alienígena por vezes é simplista e limitada. O brilhante escritor de ficção científica Robert J. Sawyer escreveu em seu blog: “Ficarei surpreso se alguém puder me mostrar uma raça alienígena que contenha a diversidade da raça humana (uma raça que inclua tudo de Stephen Hawking para Princesa Diana para Aldoph Hitler para Vanna White para Roseanne Arnold para Madre Teresa para Tom Cruise para Isaac Asimov para Margaret Thatcher para Jack, o Estripador) e que ainda consigo ser um alienígena consistente.” Concordo plenamente com ele.
Se alienígenas fizerem contato conosco, não será nada como Independence Day ou Contatos Imediatos de 3º Grau. Provavelmente, haverá uma impossibilidade de comunicação direta entre nós - nada impede que os alienígenas se comuniquem através de ondas de rádio em vez de ondas sonoras -. Uma civilização cujos indivíduos sejam hermafroditas talvez não compreenda os movimentos feministas do séc. XX, assim como nós teríamos dificuldade para entender a história e a cultura dos nossos visitantes - temos dificuldades até para compreender nossa história e nossa cultura -.
Concluindo, podemos saber que os alienígenas terão um corpo e uma mente diferente da nossa. Há seres tão diferentes de nós no nosso planeta. Há culturas tão diferentes da nossa há "apenas" 600km de distância - o que é ínfimo na escala astronômica -. Então uma civilização cujo berço seja um planeta anos-luz da Terra, com sua própria história evolutiva, cuja história esteja separada da humana; seria completamente diferente de nós.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Nós que aqui estamos por vós esperamos


Memento mori é uma frase em latim que pode ser considerada o contrário do Carpe diem. Enquanto que o último recomenda aproveitar a vida o máximo que se pode, o outro recomenda agir com cautela e ponderância. A tradução de Memento mori pode chegar a assustar... Significa:

Lembre-se que vai morrer.

A frase era utilizada como uma saudação em certos mosteiros católicos. Servia para relembrar sempre da finitude e insignificância do ser humano.
Mas, porque temos medo da morte?
Porque o medo da morte é um instinto natural, claro. Entretanto, somos seres racionais, não devendo nos curvar aos nossos instintos. A morte é algo tão comum quanto nascer, crescer, comer, etc. Benjamin Franklin disse que na vida, apenas duas coisas eram certas: Pagar impostos e morrer. Discordo dele na parte de pagar impostos – nem todas as pessoas pagam impostos –, entretanto, todas as pessoas morrem.
O que haveria de comum entre um assassino e um santo? Os dois irão morrer. O que haveria de comum entre o presidente dos EUA e um mendigo latino? Os dois irão morrer. A morte é o único destino que todos os seres humanos têm em comum. Túmulos simples (como os da imagem acima) – sem enfeites, apenas a lápide – são recentes e simbólicos: Na morte, todos são iguais.

Descanso a Mediodía - Millet
Você pode simplesmente bater o pé no chão como o filósofo alemão Arthur Schopenhauer e dizer: "Morrer é um absurdo!" Mas lembre-se que Schopenhauer também morreu.
Se a morte é algo tão inevitável, então porque haveríamos de fugir dela? De viver a vida loucamente em vez de vivê-la ponderamente como os monges? Porque haveríamos de ver a morte de ente-queridos como sendo algo inacreditável? Quando a morte chegar, não seria melhor recebê-la como uma boa pessoa que finalmente lhe propiciará um descanso, em vez da velha figura do esqueleto com uma foice? Neste planeta, coisas precisam morrer para que outras nasçam, e funciona assim também com a humanidade.
A espiritualidade também ajuda a se preparar para a morte – especialmente o budismo e o cristianismo. Precisamos nos desapegar das coisas materiais. Não as levaremos para onde iremos.
Dizem que a última hora antes do amanhecer é a mais escura. Por isso, quando tal hora chegar e o mundo se escurecer, vamos nos afastar desta festa um tanto sombria e medonha chamada “vida”. Paremos de dançar, e humildemente, quando o sol raiar, vamos voltar para o nosso lar – de onde viemos. Cedamos nosso espaço para quem acaba de chegar, e que também voltará para casa depois.

Returning Home - Akiane Kramarik
Entremos no nosso lar, e tenhamos finalmente o longo e merecido descanso.

Créditos:
Revista SuperInteressante:  Morte - Maria Fernando Vomero
Deus

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Solaris - O que nos faz humanos?


Solaris, de Stanislaw Lem, é um livro de ficção científica, escrito em 1961.
O livro é sobre um planeta – homônimo ao título – coberto de um oceano vivo. Tal oceano, não é composto de células, quanto menos um ser unicelular... Entretanto, é um ser complexo, capaz de formar e copiar ferramentas modificando sua estrutura, e que pode alterar a órbita do seu planeta de forma a pegar o máximo de energia advinda de seus dois sóis.


Por um século, o oceano esteve na mente do ser humano, sempre procurando desvendá-lo. Há praticamente uma ciência inteira para estudá-lo – a solarística – e desde as ruas até as universidades o oceano tem um grande papel cultural. Gerações se passaram... O oceano virou “oceano-iogue”, depois “oceano-débil”. O ser humano estava com vontade de desistir de tentar um contato com o planeta, submetidos pela grande distância física e mental. É nesta atmosfera que o psicológo Kris Kelvin é enviado, no foguete Prometeu, para a base em Solaris.
Ao chegar, dá-se conta das atitudes assustadas dos ocupantes da estação. Snaut o trata hostilmente, como se esperasse alguma reação ruim dele. Sartorius está enclausurado no seu laboratório. Gibarian se suicidou. No dia seguinte, Kelvin descobre o porque...
O oceano enviava “visitantes” para cada membro da estação. Cópias de suas memórias mais obscuras, seus fantasmas, memórias que eles tentam afastar. O livro passa a discutir loucura, limitações, solidão, os defeitos do ser humano. Qual seria a intenção daquele grande cérebro, praticamente um semideus? Seria um experimento? Uma forma de atormentar os visitantes indesejados? Ou até mesmo um presente para aliviar a solidão deles?
Kelvin acorda um dia após a sua chegada com uma mulher sentada ao seu lado. Ela é Hari, sua esposa, que se suicidara 10 anos antes.
No início, o protagonista se apavora por aquela presença. Resolve depois jogar conforme as regras do jogo do oceano. Entretanto, o que é aversão e repulsa passa a se transformar numa piedade e bondade para com Hari.


 – Kris, quem quer eu seja, não sou criança. Você prometeu responder.
“Quem quer que eu seja!” Minha garganta estava apertada. Fiquei olhando Hari e sacudindo estupidamente a cabeça, como se estivesse evitando ouvir mais.

Hari não é humana, fisicamente falando. Ela nem sequer é formada por átomos, antes, por neutrinos mantidos por um campo de força. Suas células, seu sangue, seu corpo; não passam de uma camuflagem.  Ela é tecnicamente imortal.
Ela também sofre. Ela sonha e se sacrifica. Ela não tem muita noção da vida da verdadeira Hari. O que ela é, é apenas uma cópia da memória e dos pensamentos de Kris. Surgida da costela de Adão, Hari não sabe como foi parar em Solaris. Ela nem sequer sabe que sua contraparte real se suicidou. Ela seria apenas um instrumento, e nas melhores das expectativas, um presente.
Porém, na medida em que ela vai tomando consciência de si, vai se humanizando. Sente-se um estorvo para Kris, e tenta cometer o suicídio. Ela não sabe mais quem é, e se vê como motivo de medo e nojo para o homem que ama.


“Hari? – tornou a repetir – Mas... não sou Hari. Quem... sou eu? Hari? E você, você?”

A partir deste momento, quebra-se o antigo relacionamento entre o astronauta e a criatura. Nosso herói não tenta mais afastar e enganar Hari. Um amor começa a ser construído entre os dois.
Kris se mostra compadecido e a trata muito bem – assim como se trata alguém que se ama. Seu novo amor também não é apenas uma cópia exata do antigo. Ela constrói uma personalidade própria, como podemos perceber por esse trecho do livro:

– Olhe, quero perguntar ainda... eu... eu pareço muito com ela?
– Você parecia demais. Agora, já não sei.
– Não estou compreendendo...
Hari levantou e ficou me olhando com seus olhos imensos.
– Agora só há você.
– E tem certeza de que não é ela, mas eu somente, eu que...
– Sim, você. Se você fosse de fato ela, eu talvez não pudesse amá-la...
– Por quê?
– Porque cometi algo horrível.
– Você foi... mau com ela?
– Fui, quando nós...
– Não fale!
– Por quê?
– Para que você não esqueça que sou eu que estou aqui, e não ela.

A obra “Solaris” é magnífica. Não somente como ficção científica, mas igualmente como uma dissecação da humanidade – em contraste com o oceano. O livro, por si próprio, não fala sobre o oceano, mas sobre a humanidade. Geralmente, considera-se o livro como uma crítica a nossa espécie. Tentamos fugir dos nossos próprios medos, e tentamos nos ascender sem mesmo resolvermos nossos problemas.  Entretanto, sempre que ouvir o nome “Solaris” não irei me lembrar imediatamente de tais críticas, da loucura dos pesquisadores, nem sequer do oceano.


A primeira imagem que me virá à mente será a de uma mulher alienígena. Uma mulher que adquiriu sua humanidade em Solaris, enquanto que tantos na Terra a ignoram. É bonito ver a humanidade de Hari se manifestando: Limitações, sonhos, sacrifícios. Ela evolui juntamente com Kelvin, embora também se torture com o experimento do oceano.
Porém, as lágrimas, a solidão e os momentos de ternura nos revelam justamente a beleza do ser humano: Ele é o que é. E Hari, antes de ser algo, também se revela como um ser humano.
Nós não somos formados por neutrinos, não somos criações de um oceano consciente. Nós somos formados por átomos, somos manifestações do código genético. Nós já somos humanos por natureza. Também temos que ser por mérito, assim como Hari. E nos perguntar: O que nos faz humanos?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As Colinas Verdejantes da Terra




Ao criar este blog, veio uma dúvida imediata a minha cabeça: Qual deveria ser a primeira postagem?
Pensando nisso, pus-me a procurar alguns arquivos no meu computador, que pudessem ter um conteúdo agradável - tanto para mim quanto para o leitor.
Foi então que encontrei esta humildade tradução que fiz do poema "The Cool Green Hills of Earth", de Robert A. Heinlein.
A tradução é livre, e como podem perceber, não muito boa. Quando resolvi traduzir este poema - por não ter encontrado traduções na internet -, não imaginava como seria difícil.
Mas, aí está. Guardei esta tradução há um bom tempo no meu computador - desde o ano passado para ser exato -. Espero que gostem.

Poema original (em inglês): 

The Green Hills of Earth 

Let the sweet fresh breezes heal me
As they rove around the girth
Of our lovely mother planet
Of the cool, green hills of Earth.

We've tried each spinning space mote
And reckoned its true worth:
Take us back again to the homes of men
On the cool, green hills of Earth.

The arching sky is calling
Spacemen back to their trade.
ALL HANDS! STAND BY! FREE FALLING!
And the lights below us fade.

Out ride the sons of Terra,
Far drives the thundering jet,
Up leaps a race of Earthmen,
Out, far, and onward yet ---

We pray for one last landing
On the globe that gave us birth;
Let us rest our eyes on the fleecy skies
And the cool, green hills of Earth.

Robert A. Heinlein 


Tradução: 

As Colinas Verdejantes da Terra 

Deixe a doce brisa fresca me curar
Como ela vaga por toda esfera
Do nosso amável e materno planeta
Nas frescas, verdejantes colinas da Terra.

Nós tentamos cada órbita de partícula espacial
E reconhecemos um valor que regenera
Leve-nos de volta para o lar dos homens
Nas frescas, verdejantes colinas da Terra.

A abóbada celeste está chamando
Homens do espaço voltem para os seus postos.
A BORDO! AGUARDEM! DECOLANDO!
E os luminares abaixo de nós ficaram foscos.

Percorram afora filhos da Terra,
Levem para longe o jato trovejante,
Ascendam uma raça de terráqueos,
Para fora, longe, e adiante ---

Oramos por um sonho: A imagem de homens que viajam
Para o globo que nos concede a primavera;
Que nossos olhos e os céus macios interajam
Nas frescas, verdejantes colinas da Terra.